sábado, 13 de junho de 2015

Uma aventura na praia

Final de semana prolongado, ano de 2010. Papai de folga, juntamos nossas trouxinhas e junto com o Joaquim, a Cristiane e o Igor, fomos passar uns dias, em Caraguatatuba. É sempre muito difícil viajar com a Taymara, não importa se vamos ficar alguns dias, ou um mês fora. Somos obrigados a praticamente fazer uma mudança. Muitas malas, o carro abarrotado de aparelhos mais parecia uma ambulância do que um veículo de passeio. 
O trajeto foi difícil. Taymara passa muito mal quando anda de carro, na época ela ainda não tinha feito a traqueostomia. Foi Quase o caminho todo desmaiada, enfim, chegamos. 
Era um belo dia do sol então, não pensamos duas vezes. Largamos as malas no apartamento e fomos direto para a praia. Ao chegarmos, notamos que na barraca ao lado havia uma grande família, dentre eles uma grávida prestes a dar a luz. 
Como Taymara não andava por ai com uma placa dizendo que ela era doente, Fátima gentilmente alertou: "Olá! Minha filha tem uma doença e pôde convulsionar a qualquer momento, por isso peço que não se assustem. Estamos acostumados a lidar". 
A tarde transcorria normalmente, nós estávamos alegres, Taymara cade vez mais bronzeada, ficava linda. Como disse anteriormente, ela ainda não tinha traqueostomia e vivia o auge das paradas respiratórias. 
Dito e feito. De uma hora para outra todo aquele momento de felicidade em família transformou-se em desespero. Taymara começou a ter uma parada respiratória. As pessoas, assustadas, se aglomeraram e a família da mulher grávida revoltou-se. 
"Como eles podem ser tão irresponsáveis, trazer uma menina neste estado para a praia, além de ela correr o risco de morrer minha esposa, grávida, está passando mal, vou chamar a polícia", esbravejou revoltado o marido. 
À aquela altura, mesmo com os ânimos tensos, não nos preocupávamos com a opinião dos outros. Só queríamos reanima-lá e sair dali, antes que a polícia chegasse e todos fossemos parar atrás das grades. 
Neste meio tempo o guarda-vidas da praia chegou, pediu para que todos os curiosos se afastassem dizendo que a família sabia o que fazer.
Nós mesmos reanimamos a Taymara e conseguimos sair dali com ela viva e em boas condições. Foi só mais um susto dentre tantos outros. Mas desta vez, por muito pouco, a família de malucos não foi linchada pelo povo. Eles não sabem o que é ter uma pessoa com doença grave na família. 
Bem ou mal, a Taymara precisava viver sua vida, ter seus momentos, curtir sua praia. Jamais deixaríamos de fazer isso por ela. Não importa o que os outros pensem, o importante para nós é vê-la feliz. 

Essa é uma foto de Taymara na época

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