Expressar os sentimentos nem sempre é algo fácil. Ao contrário do que muitos pensam a ausência de vida social não é o que mais incomoda a Taymara. A falta de força proveniente da síndrome tira dela a possibilidade de fazer desde as coisas mais simples do dia a dia, como ir ao banheiro sozinha, até as coisas que ela ama, como seu artesanato.
Esse dia a dia faz com que ela se sinta fraca, inútil e impotente. Ela ama pintar suas caixas, fazer suas tapeçarias, seus desenhos. Na impossibilidade de fazer isso, ela busca outros hobbies, como ler um livro, ou assistir um filme, mas as dores de cabeças e dores nos olhos não permitem que ela o faça por muito tempo.
A síndrome e as dores viscerais causam uma grande irritabilidade, e por muitas vezes, Taymara acaba sendo arredia com quem está a sua volta, mas segundos depois seu coração gigante fala mais alto e ela sofre um arrependimento tão grande que mal consegue expressar.
Tudo que ela queria era ajudar sua família. Fazer suas caixas, artesanatos, para ajudar financeiramente, e como ela não consegue, se sente inútil e por mais que falemos que isso não tem nada a ver, e que ela é nossa maior alegria, seu coração inquieto não se convence disso.
Taymara sente que todo seu esforço foi em vão. Que as lutas travadas para ir à faculdade de nada serviram, pois ela não pode exercer sua profissão. Ela sente que só da despesas, mas na verdade não sabe que ela só dá mesmo é amor, e que tudo que a sua família mais quer é tirar de sua cabeça esses pensamentos ruins.
Se tem alguém que é útil de verdade é a Taymara. O que talvez ela não compreenda é que o mundo não precisa de mais um biomédico, ou mais um artesão. O que ela não entende é que esse mundo louco precisa mesmo é de alguém que irradie amor como ela faz. E por mais que ela não se sinta especial sabemos que não somos só nós que achamos ela a pessoa mais incrível desse mundo.
Não se sinta inútil Taymara, pois se o mundo fosse feito de tamanho amor. com certeza, seria bem melhor.
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